16 julho 2003

Éluard, Paul

Nasciam-lhe pelos por todos os lados. Tinha uma face inútil e não sabia que um dia teria uma cara para ser feliz, para ser amado. Era o melhor ano da sua vida. Como não sabia desperdiçou-o. Parcialmente, pelo menos. Apaixonou-se pela rapariga errada. Ou a rapariga era a certa e era ele que estava mal. As mãos e os pés também tinham crescido demais. Escrevia poemas nos cadernos de papel quadriculado. Faltava-lhe qualquer coisa a que hoje podemos chamar perícia, gentileza, delicadeza. Só o que sentia era verdadeiro.

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