24 julho 2003

Quem se eu gritar...

Ela manda-me o livro do Rilke na tradução de Paulo Quintela. Sabe o que manda. Mas não sabe quem está agora aqui a recebê-lo. Não suporto que me abram a porta da cela e interrompam o meu isolamento. Pôs uma gota de perfume entre duas páginas e essa manifestação de mau gosto confirma os meus piores sentimentos. Estar preso é também esta humilhação de não lhe poder dizer que o amor acabou às portas da Penitenciária.

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