24 agosto 2003

Helena Matos

No Público a Helena Matos. Várias coisas nela me perturbam. A confiança na sua crença, a demonizaçãoo dos que não pensam como ela, a simplificação dos argumentos dos outros.
O tema era o terrorismo, depois dos assassinatos de Bagdad.
Eu apreciei o silêncio dos que nada disseram quando se soube da morte de Sérgio Vieira de Mello e espanto-me sempre com a frieza profissional dos que são logo, com os corpos insepultos, capazes de retirar ilações polí­ticas. Fora da mediatização muita gente fez, da maneira anónima que está ao seu alcance, aquilo que pôde para recuperar a dimensão de humanidade que sempre nos escapa nestas ocasiões. Procurar os que amamos, dizer-lhes quanto apreciamos as coisas simples que fazem, a forma como vivem. Um amigo enviou um mail a uma secretária da missão da ONU no Kosovo:...a única maneira que tenho é exprimir estes sentimentos a ti, ao C e ao J. que nessa missão da ONU trabalham para um mundo menos cruel."
Mas depois há que reflectir de novo sobre as causas do terrorismo. E é inquietante como, aberta ou veladamente, pessoas como HM fazem passar a mensagem, que nalgumas paragens é já uma insinuação policial, de que os que procuram discutir as causas do terrorismo, são aliados, ou terroristas encapotados.
Se não procurarmos compreender como é que explicamos aos nossos filhos? Que resta senão a demonização do adversário. Quando o adversário é louco e criminoso, a resposta dá-se no plano da repressão psiquiátrica e penitenciária. E o discurso de HM remete sempre para essa área.

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