Helena Matos
No Público a Helena Matos. Várias coisas nela me perturbam. A confiança na sua crença, a demonizaçãoo dos que não pensam como ela, a simplificação dos argumentos dos outros.
O tema era o terrorismo, depois dos assassinatos de Bagdad.
Eu apreciei o silêncio dos que nada disseram quando se soube da morte de Sérgio Vieira de Mello e espanto-me sempre com a frieza profissional dos que são logo, com os corpos insepultos, capazes de retirar ilações políticas. Fora da mediatização muita gente fez, da maneira anónima que está ao seu alcance, aquilo que pôde para recuperar a dimensão de humanidade que sempre nos escapa nestas ocasiões. Procurar os que amamos, dizer-lhes quanto apreciamos as coisas simples que fazem, a forma como vivem. Um amigo enviou um mail a uma secretária da missão da ONU no Kosovo:...a única maneira que tenho é exprimir estes sentimentos a ti, ao C e ao J. que nessa missão da ONU trabalham para um mundo menos cruel."
Mas depois há que reflectir de novo sobre as causas do terrorismo. E é inquietante como, aberta ou veladamente, pessoas como HM fazem passar a mensagem, que nalgumas paragens é já uma insinuação policial, de que os que procuram discutir as causas do terrorismo, são aliados, ou terroristas encapotados.
Se não procurarmos compreender como é que explicamos aos nossos filhos? Que resta senão a demonização do adversário. Quando o adversário é louco e criminoso, a resposta dá-se no plano da repressão psiquiátrica e penitenciária. E o discurso de HM remete sempre para essa área.
O tema era o terrorismo, depois dos assassinatos de Bagdad.
Eu apreciei o silêncio dos que nada disseram quando se soube da morte de Sérgio Vieira de Mello e espanto-me sempre com a frieza profissional dos que são logo, com os corpos insepultos, capazes de retirar ilações políticas. Fora da mediatização muita gente fez, da maneira anónima que está ao seu alcance, aquilo que pôde para recuperar a dimensão de humanidade que sempre nos escapa nestas ocasiões. Procurar os que amamos, dizer-lhes quanto apreciamos as coisas simples que fazem, a forma como vivem. Um amigo enviou um mail a uma secretária da missão da ONU no Kosovo:...a única maneira que tenho é exprimir estes sentimentos a ti, ao C e ao J. que nessa missão da ONU trabalham para um mundo menos cruel."
Mas depois há que reflectir de novo sobre as causas do terrorismo. E é inquietante como, aberta ou veladamente, pessoas como HM fazem passar a mensagem, que nalgumas paragens é já uma insinuação policial, de que os que procuram discutir as causas do terrorismo, são aliados, ou terroristas encapotados.
Se não procurarmos compreender como é que explicamos aos nossos filhos? Que resta senão a demonização do adversário. Quando o adversário é louco e criminoso, a resposta dá-se no plano da repressão psiquiátrica e penitenciária. E o discurso de HM remete sempre para essa área.
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