Oração da Noite
Modelo
ou imitação nossa
que ainda significas algo para nós
ajuda-nos
para que não recitemos ou ecoemos
as doutrinas
dos cérebros electrónicos
e dos seus senhores e servos
Onde a injustiça for maior do que nós
onde a injustiça for mais rápida do que nós
onde a injustiça for maior do que nós
ajuda-nos a não ficar cansados
Onde a injustiça nos ultrapassar
em conhecimentos e recursos
onde a injustiça nos ultrapassar
em duração e sucessos
onde a injustiça se tornar tão grande
que nós nos tornamos pequenos
ao vê-la
ajuda-nos a não desanimar
Quando a injustiça se introduzir em nós
nos nossos dias e noites
nos nossos sobressalto e nos nossos sonhos
nas nossas esperanças e nas nossas pragas
ajuda-nos a não nos esquecer de nós
Quando a injustiça falar
com as vozes da justiça e do poder
Quando a injustiça falar com as vozes
da benevolência e da razão
Quando a injustiça falar com as vozes
da moderação e da experiência
ajuda-nos a não nos tornar amargos
E se no fim desanimarmos
ajuda-nos a reconhecer que desanimamos
e se nos tornarmos amargos
ajuda-nos a reconhecermos que nos tornamos amargos
e se nos torcermos de medo
ajuda-nos a saber que é o medo
o desânimo a amargura e o medo.
(...)
(Erich Fried, tradução de Yvette K Centeno, 1979, parcial)
ou imitação nossa
que ainda significas algo para nós
ajuda-nos
para que não recitemos ou ecoemos
as doutrinas
dos cérebros electrónicos
e dos seus senhores e servos
Onde a injustiça for maior do que nós
onde a injustiça for mais rápida do que nós
onde a injustiça for maior do que nós
ajuda-nos a não ficar cansados
Onde a injustiça nos ultrapassar
em conhecimentos e recursos
onde a injustiça nos ultrapassar
em duração e sucessos
onde a injustiça se tornar tão grande
que nós nos tornamos pequenos
ao vê-la
ajuda-nos a não desanimar
Quando a injustiça se introduzir em nós
nos nossos dias e noites
nos nossos sobressalto e nos nossos sonhos
nas nossas esperanças e nas nossas pragas
ajuda-nos a não nos esquecer de nós
Quando a injustiça falar
com as vozes da justiça e do poder
Quando a injustiça falar com as vozes
da benevolência e da razão
Quando a injustiça falar com as vozes
da moderação e da experiência
ajuda-nos a não nos tornar amargos
E se no fim desanimarmos
ajuda-nos a reconhecer que desanimamos
e se nos tornarmos amargos
ajuda-nos a reconhecermos que nos tornamos amargos
e se nos torcermos de medo
ajuda-nos a saber que é o medo
o desânimo a amargura e o medo.
(...)
(Erich Fried, tradução de Yvette K Centeno, 1979, parcial)
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