A capa de El Mal de Montano, edição castelhana com uma fotografia perturbadora. Um ser andrógino, de branco, camisa masculina de mangas, calça turca apertada justamente acima dos tornozelos estreitos, babouches brancas, gravata e cinto finos, escuros. Tem um cigarro na boca. Dir-se-ia sorrir. Mas talvez seja só o esgar da boca que segura um cigarro enquanto a mão direita risca um fósforo. O corpo desenha uma convexidade e, se esquecêssemos o pormenor dos fósforos, podia sugerir o movimento do boxeur que prepara um ataque.
A face é estranhamente parecida com a de Vila-Matas. A mesma fronte alta e ovalada, as mesmas sobrancelhas , o mesmo queixo voluntarioso. Vila-Matas nasceu em 1948 e a foto é de Júlio Vivas, chama-se “Mujer de un pintor” e é de Colónia, c. 1924-1928, embora o fundo- um fragmento de um quadro e um painel com um arabesco, sejam singularmente actuais.
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