Pedimos desculpa pela Jenifer Lopez
Na edição de 13 de setembro o Público edita duas cartas a propósito da sua capa do dia 11 (para quem não viu: imagens de destruições do Pentágono eram encimadas por uma fotografia de Pinochet ). Numa delas um leitor indigna-se pelas leituras que o jornal propiciou, ao assinalar as duas efemérides. E escreve: em 2001 foram atacados os pilares básicos da nossa sociedade," no Chile, com Allende a democracia já estava em perigo e o país estava a entrar rapidamente na esfera soviética, pondo em perigo todas as democracias (será que existiam?) da América Latina. Com o golpe a ditadura de esquerda foi substituída por outra de direita."
A direcção do Público reserva-se o direito de publicar as cartas enviadas ao director e achou por bem publicar esta. Mas o que era exigível de um jornal sério era que esclarecesse o seu leitor sobre o facto de o Chile de Allende e da Unidade Popular ser uma democracia parlamentar, uma das poucas nações que na América Latina dos anos 70 tinha uma tradição de democracia representativa e não era governada por ditaduras militares com maior ou menor apoio de Washington. Que o golpe militar foi dado quando novas eleições estavam em preparação, que iriam, segundo as regras clássicas da democracia parlamentar, punir ou reforçar a coligação no governo.
Qual foi a reacção da Direcção do Público? Publicar uma Nota, logo a seguir à carta, onde pede desculpa pelo critério apenas jornalístico e de efeméride que levou a Direcção a permitir tal capa. Estamos esclarecidos. E temos vergonha do director deste jornal que já não tem coragem de dizer aos leitores que o golpe de estado que bombardeou o Palácio do Presidente Allende, prendeu em campos de futebol gente que apenas exercera os seus direitos políticos e fuzilou em valas comuns é um golpe tão ignominioso como o ataque às torres gémeas de Nova Iorque. Efemérides? Esqueceram-se de que a Jennifer Lopez fazia anos.
A direcção do Público reserva-se o direito de publicar as cartas enviadas ao director e achou por bem publicar esta. Mas o que era exigível de um jornal sério era que esclarecesse o seu leitor sobre o facto de o Chile de Allende e da Unidade Popular ser uma democracia parlamentar, uma das poucas nações que na América Latina dos anos 70 tinha uma tradição de democracia representativa e não era governada por ditaduras militares com maior ou menor apoio de Washington. Que o golpe militar foi dado quando novas eleições estavam em preparação, que iriam, segundo as regras clássicas da democracia parlamentar, punir ou reforçar a coligação no governo.
Qual foi a reacção da Direcção do Público? Publicar uma Nota, logo a seguir à carta, onde pede desculpa pelo critério apenas jornalístico e de efeméride que levou a Direcção a permitir tal capa. Estamos esclarecidos. E temos vergonha do director deste jornal que já não tem coragem de dizer aos leitores que o golpe de estado que bombardeou o Palácio do Presidente Allende, prendeu em campos de futebol gente que apenas exercera os seus direitos políticos e fuzilou em valas comuns é um golpe tão ignominioso como o ataque às torres gémeas de Nova Iorque. Efemérides? Esqueceram-se de que a Jennifer Lopez fazia anos.
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