18 outubro 2003

A Morte de Danton

de Georg Büchner, encenação de Paulo Castro com Vera Mantero, Jo Stone, Paulo Castro, João Samões.
Produção da Casa das Artes de V.Nova de Famalicão.
TAGV, Coimbra, 17 de Outubro

Vera Mantero é Danton e Jo Stone Robespierre. A sentença de morte de Danton será ditada por um Robespierre implacável e executada pelo organizador da conferência que desde o início se suspeita estar armadilhada para condenar Danton. No seu estertor, Danton, o republicano, levanta o Rei de Copas para o público. Saint Just, que vê o espectáculo pela televisão, telefona para o programa e dita uma visão terrorista da revolução, comparando-a aos cataclismos naturais. O texto de Heiner Müller intercalado no de Büchner é excelente. O trabalho de actores bom mas a encenação parece pouco imaginativa e as soluções funcionam mas são previsíveis. Danton é enforcado com a Bandiera Rossa e Robespierre sai em passo de ganso. Ficam frases terríveis no ar:
" A inocência nunca treme diante da vigilância pública (Robespierre)"
"O vício tem de ser castigado. A virtude tem de governar através do terror." (Robespierre).
"Terrível é a doença que faz perder a memória. Deve parecer-se à morte ".(Danton)

À saída, em completo extase Manterino, estava o Paulo do Mundo Imaginado. Danton não morreu em vão, a crer pelo entusiamo com que Paulo acredita que mil e um bloggers mais a gente criativa das artes e ciências estão a mudar o mundo. Mesmo que seja só o mundo imaginado e o legado de Danton, esta noite, resida mais no feliz orgasmo com que Vera se transfigurava.

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