20 outubro 2003

O novelista gordo e o poeta magro

A minha idéia era ser artista. E acreditava que para ser um artista como deus manda tinha que vestir de negro, estar sempre desesperado, ser magro e ler Lautréamont nas esplanadas. Alimentei este equívoco durante anos até que me dei conta de que a alegria também existe. É uma ironia sobre tantos jovens malditos, embora não contra eles, porque os admiro. Mas eu perdi bastante contacto com a magreza e aproximo-me mais da figura do novelista gordo. O que também não está mal de todo, porque eu diria que os novelistas têm que ser gordos e os poetas magros.

(Enrique Vila-Mata ,entrevista a Serge Pamiès, El Pais, sábado, 18 de Outubro)

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