Re:
esta não sou eu. é isto tantas vezes.
nos reflexos turvos das impressões dos outros espelho nenhum. esta não sou eu.
não eu no nervosismo com estranhos, não eu nos dias mare(j)ados, não eu no desconforto das vozes.
tenho um relógio que teima em atrasar quando vem para o meu pulso. tenho uma bicicleta de vinte e tantas velocidades que quase não uso. tenho um só anel, de lata. perdi a aliança de ouro e platina que o meu pai ofecerecera à minha mãe, depois disso nunca mais me emprestaram ou confiaram jóias. tenho os óculos empenados, depois me esquecer deles na cama e de lhes pôr o joelho esquerdo em cima, enquanto me esquecia de mim num beijo - dizem que beijo bem. vejo francamente mal do olho esquerdo. sou dextra. não conduzo muito. tenho as noites mal dormidas, tenho os dedos muito tortos, apesar disso, não diria feias as minhas mãos, tanto mais que me livrei da verruga que tinha na base do polegar. em criança usei calçado ortopédico, ainda hoje não são muito certos os pés, denunciam-me todas as solas de sapatos.
faço de conta que não me importo. importo-me quase sempre. lambo feridas todos os dias, não para que sarem, mas para que não sequem nunca.
há dias de muito medo, mas do que gosto mesmo é dos dias de muito vento.
posted by clAud, Tempo Dual
nos reflexos turvos das impressões dos outros espelho nenhum. esta não sou eu.
não eu no nervosismo com estranhos, não eu nos dias mare(j)ados, não eu no desconforto das vozes.
tenho um relógio que teima em atrasar quando vem para o meu pulso. tenho uma bicicleta de vinte e tantas velocidades que quase não uso. tenho um só anel, de lata. perdi a aliança de ouro e platina que o meu pai ofecerecera à minha mãe, depois disso nunca mais me emprestaram ou confiaram jóias. tenho os óculos empenados, depois me esquecer deles na cama e de lhes pôr o joelho esquerdo em cima, enquanto me esquecia de mim num beijo - dizem que beijo bem. vejo francamente mal do olho esquerdo. sou dextra. não conduzo muito. tenho as noites mal dormidas, tenho os dedos muito tortos, apesar disso, não diria feias as minhas mãos, tanto mais que me livrei da verruga que tinha na base do polegar. em criança usei calçado ortopédico, ainda hoje não são muito certos os pés, denunciam-me todas as solas de sapatos.
faço de conta que não me importo. importo-me quase sempre. lambo feridas todos os dias, não para que sarem, mas para que não sequem nunca.
há dias de muito medo, mas do que gosto mesmo é dos dias de muito vento.
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