15 outubro 2003

Vale a pena


Porque gostamos de vos encontrar a todos os que escrevem (e lêm) mal como nós. Os que não aspiram a outra certeza que a andar por aí a confundir as coisas. Os que se sentem condenados pela macieira, árvore implacável, que nunca poderemos ultrapassar, os que na morte ( e chamaremos por enquanto à  morte a essa contracção, a essa rigidez, "a morte sob a macieira") procuram o espanto da vida. Ouvimos uma de nós dizer: "eu sou gorda, gorda e baixa" e às vezes alguns"afastam-se com as suas frases, estão a subir cada vez mais alto como um balão, através da folhagem, para fora do nosso alcance". Podemos prometer: "Vou atrás dela, Neville. Vou segui-la cuidadosamente, para estar junto dela e a consolar quando cheia de raiva pensar: " Estou sózinha."
"Mas quando nos sentamos juntos, muito próximos, as palavras que dizemos fundem-nos uns nos outros. Aqui estamos debruados pela névoa.
" Até agora valeu sempre a pena estar aqui, quase sempre tremendo, numa taberna como esta, aqui, convosco.

(créditos de Virginia Woolf, As Ondas)

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