12 novembro 2003

Hoje, à mesa das negociações, dois Abas e um do Mal com a Armanda a coordenar. O projecto é fazer O Roteiro das Ruas da Alta de Coimbra mais ou menos como o Rubem Fonseca fez com aquele personagem peripatético que também se chamava Epifânio e que alfabetizava as prostitutas enquanto perambulava pelas ruas do Rio de Janeiro. Aviso à Isabel e ao Sérgio: já comecei. As ruas estão semi desertas. Abriu um bar chamado A Bigorna em frente à casa onde devia estar, houvesse justiça toponí­mica, uma lápide evocativa da Cona de Aço. Quase só se houve castelhano de Erasmus. Com os portugueses recolhidos a penates ou acantonados nos jardins da Associação, os espanhóis não perdoam. Mais abaixo reabriu M Joana com nova gerência e o mesmo mau aspecto berrante, anunciado em azulejos explí­citos com um excesso à porta. A sondagem arqueológica das traseiras do Museu Machado de Castro foi beneficiada com um oleado protector. O cheiro envolvente não prenuncia descobertas excitantes. A Sé Nova está embrulhada numa tela Christica. À hora tardia da minha passagem soltava-se do interior uma melodia latino americana. Os participantes na liturgia sublinhavam com olés os trechos mais entusiasmantes. Lamentávelmente para o meu projecto não havia putas para alfabetizar. Mas a procissão ainda vai no adro.

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