12 novembro 2003

Isenção

Ia um senhor à minha frente na fila. De vez em quando rodava um pouco sobre si próprio, com graça, como se se desculpasse de estar de costas e de estar tão à frente dos restantes condenados da fila. O seu rosto e postura espelhavam as mais altas virtudes morais. Quando se aproximou da Secretária ela disparou em tom ameaçador:
- O senhor é isento?.
- Não minha senhora, não sou.
E reforçou-se em mim a sensação de ter encontrado um homem de qualidade.

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