Ao ver passar comboios
Nesse dia não se cruzaram, nem sequer se conheciam. Puto de 12 anos, o dia foi triste para o meu tio-avô Manuel. Atento aos sinais de fumo, do Choupal só veio silêncio, nem um silvo de vapor, calada a marcha dos ferros cadenciados nos carris. Por isso, esse dia foi triste, nenhum miúdo brincou junto à linha.
Para o avô Arnaldo, do Luís, dirigente anarco-sindicalista, esse dia foi um longo dia de festa e combate. A primeira greve geral dos ferroviários, a 14 de Janeiro de 1914, ouvi eu agora na TSF, parado na bicha dos semáforos da Casa do Sal, a ver passar comboios para a Estação Velha.
Arnaldo e Manuel não se encontraram nesse dia, há 90 anos. Mais tarde passaram juntos muitos anos, prisioneiros deportados no Campo de Concentração do Tarrafal.
André Bonirre
Para o avô Arnaldo, do Luís, dirigente anarco-sindicalista, esse dia foi um longo dia de festa e combate. A primeira greve geral dos ferroviários, a 14 de Janeiro de 1914, ouvi eu agora na TSF, parado na bicha dos semáforos da Casa do Sal, a ver passar comboios para a Estação Velha.
Arnaldo e Manuel não se encontraram nesse dia, há 90 anos. Mais tarde passaram juntos muitos anos, prisioneiros deportados no Campo de Concentração do Tarrafal.
André Bonirre
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