Editorial Penélope
É sempre assim ao sábado. Ela acorda tarde, está imenso tempo no banho, pinta-se de vermelho absoluto. O perfume dela cheira a pó de arroz. Chega à livraria a pedir desculpa pelo atraso. Espera-a sempre um jovem escritor. Quando é de história, ela recebe o original, folheia-o com angústia, arranja pretexto para se levantar, dar passos largos entre as estantes como se empunhasse um espanador. Cem páginas de texto e trezentas de notas de rodapé, repete baixinho, até se acalmar.
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