06 janeiro 2004

Eduardo Guerra Carneiro (1940-2004)

Procuraste, caminhante


Procuraste, caminhante,essas veredas
ainda libertárias, na Ibéria. Mas
misturaste, na errância, a estrada larga
com caminhos de formigas rastejantes.
Põe-te de pé, poeta!, nunca de joelhos,
pois nem as virgens ouvem teus lamentos,
atolado em lameiros como um verme.
Serve-te da verve que encontraste
nos insurrectos cantos das tabernas
e, reinadio, caminha, pois caminho,
lá diz o outro, e com razão, se faz
apenas caminhando. Não tenhas pena- alegria!
- mas proclama que é nesta terra amiga
que ainda pode renascer a utopia.

in A Noiva das Astúrias, & etc 2001
Eduardo Guerra Carneiro, aqui ontem lembrado, publicou ainda os seguintes livros de poemas: O Perfil da Estátua; Corpo Terra; Algumas Palavras; Isto Anda Tudo Ligado; É assim que se faz a História; Como quem não quer a coisa; Dama de Copas; Contra a Corrente; Profissão de Fé e Lixo

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