Mulheres: Meg Ryan/ Jane Campion
In the Cut, de Jane Campion, é um filme de mulheres, sexo sem amparo, Nova Iorque e memórias. Meg Ryan está soberba. O cabelo e o corpo em desalinho. Um apartamento tão exposto ao exterior, a uma chuva de pétalas ou a um agressor inominável. É quase sempre de noite, ou o dia é visto de um ponto incomum e com uma luz ambígua. Os homens espreitam, perseguem, cercam, enviam mensagens. Os homens são confundíveis nos seus sinais, mesmo naqueles em que parecem ser únicos. Ela não tem medo. Não tem medo do escuro, do aluno, do bar, do jardim deserto da periferia, de abrir a porta onde o inferno a pode esperar.
Adoro nela o tornozelo fino, que a câmara tão sábiamente mostra na sequência em que, descalça do pé esquerdo, espera na esquadra que a levem a casa. E é por aí que o seu agressor a agarra, quando sobem as escadas. Mas quando ela se vira e o olha nos olhos, ele larga-a e titubeia: tem uma pétala na perna. É assim que elas vêem o desejo masculino. Entre a máxima delicadeza e o pesadelo do desmembramento.
Adoro nela o tornozelo fino, que a câmara tão sábiamente mostra na sequência em que, descalça do pé esquerdo, espera na esquadra que a levem a casa. E é por aí que o seu agressor a agarra, quando sobem as escadas. Mas quando ela se vira e o olha nos olhos, ele larga-a e titubeia: tem uma pétala na perna. É assim que elas vêem o desejo masculino. Entre a máxima delicadeza e o pesadelo do desmembramento.
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