A classe dos veteranos (1)
A classe dos veteranos ocupa a sala grande no ginásio. Há tempos imemoriais que eles estão lá, a fazer aquela ginástica de quartel. Impecávelmente equipados, muito sérios, uma palidez preocupante nas faces esforçadas, exercícios masculinos sem imaginação. As salas adjacentes encheram-se com o spinning. E esvaziaram-se. Quando os fatos justinhos e os calções amigos dos períneos passaram de moda, a revoada de gente desapareceu, tão depressa como tinha chegado. Depois foi o body combat e o body pump. Que vigor, que ritmo, que adrenalina. Quando tudo parecia destinado a um sucesso duradouro, os treinadores perderam a franchising. E foi o gap (glúteos, abdominais, pernas), um programa de vida, com praticantes tão perfeitos que quando se aproximavam temia sempre que viessem vender um aparelho, um jersey, um depilador. E o yoga-zen com mulheres em trânsito. Hoje dei conta que essas salas de glória estão quase vazias, a música perdeu a graça, o círculo das bicicletas não se fecha, os praticantes de step sem adrenalina. Só eles, na sala grande, os veteranos, são constantes.
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