29 fevereiro 2004

Crónicas no passado

Detesto ter de me divertir com dia certo, a marcação de calendário é capaz de acabar com qualquer excitação. Já era assim com o ano novo e agora trazem-nos para aqui o carnaval, importado, as exigências comerciais, mas esqueceram-se de trazer também o clima, o sol de verão e já agora o ritmo na bundinha que acompanha o samba. Este ano safei-me bem do carnaval graças ao meu amigo Direitinho Merceeiro. Vou lá todos os dias para ver as novidades e para dar dois dedos de prosa, pois claro. Ele tinha lá uma caixa a que chamam t.e.l.e.v.i.s.o.r onde passa dentro o carnaval, assim ficamos em casa sossegados a espreitar para tudo o que quisermos. Estes dias só passa o carnaval mas ele garantiu-me que depois também dá outras coisas que se escolhem apertando um de quatro botões de lado. Para mais ele, para mim, deixa pagar em três vezes e explicou-me que quando se estragar ainda dá um bonito aquário. Corta-se a parte de cima, com muito jeito, usando uma serra de tico-tico e tiram-se as miudezas todas de dentro, só fica uma peça que se chama t.e.l.e.j.o.r.n.a.l e serve de carvão activo para limpar a água dos peixes. Os filmes da noite também ficam porque têm as bolinhas vermelhas que dão ar para os escalares, os gupies, os tubarões e os limpa-fundos. Está tudo explicado num livro que ele me deu com desconto, é mesmo um tipo às direitas este Merceeiro.

PC

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