07 março 2004

Oh as raparigas árabes

Resisti muito tempo em escrever sobre as burkas. Não será hoje ainda que o farei. Mas o post de Claire lembrou-me duas histórias que devo contar. O Islão actual não é uma longa noite de tédio e repressão, um cruzamento entre a idade média europeia e a repressão sexual vitoriana. Uma amiga que visitou Teerão garantiu-me que, discretamente, protegidas dos bairros populares, as mulheres sofisticadas usavam maquilhagem pesada debaixo dos lenços. E este Inverno, em Londres, entrei numa loja do Agent Provocateur para escolher uma pequena surpresa. Sentei-me num canto, sem alarde, enquanto me decidia. Havia poucos clientes, o suficiente para mobilizarem as empregadas e eu passar despercebido. Entraram duas raparigas árabes de rosto tapado e roupa escura, que lhes apagava as formas como mandam os preceitos dos imãs a que obedecem. Deus é único e escreve por linhas tortuosas. A mente humana não suporta noites tão prolongadas e a sabedoria das mulheres árabes é discreta como um regato de montanha. Eu tomei nota do que elas provaram, escolheram e mandaram embrulhar: Soutiens de modelo Abigal Soft Cup Bra e Leila Peep Bra; Tangas; Strings; um corpete Babette Basque de cor fucsia e outro modelo Diva; briefs, tops e cintas de ligas.

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