07 abril 2004

11. Livraria, diz: A livraria da Paula

Por razões geográficas esta livraria é a minha. Fecha às onze da noite, está aberta ao almoço e ao fim de semana, o livreiro, ele próprio editor, é razoavelmente atento e informado. À direita, quando se entra, tem livros de ciências sociais. Ao fundo, à esquerda, livros infantis. Numa pequena mezzanine livros de arquitectura. Na sala principal as novidades. No balcão, algumas preciosidades, estilo Cavalo de Ferro, Relógio D'Água. Alguns livros em língua estrangeira e edições da casa, geralmente de académicos locais. Há alguns anos a poesia estava em lugar de destaque. Depois passou por um ocaso relativo e agora voltou a ocupar um lugar que não tem paralelo com nenhuma das concorrentes locais.
O melhor da livraria é a livreira Paula, embora esteja quase sempre no sector discreto (encomendas, facturação, edição). A livreira Paula lê Ana Paula Inácio, Walser, Stevenson, Dawkins, Edward Said, Maria do Rosário, Manuel de Freitas. Há em minha casa uma estante chamada Paula com os livros que a Paula me guarda e eu já tenho e levo na mesma, porque os livros são muito bons, ela tão rara, e eu não tenho coragem de lhe revelar a minha infidelidade.
Nesta livraria também não me fazem desconto.

Quarteto
Rua Calouste Gulbenkian, Centro Comercial Primavera, cave
Coimbra

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