18 abril 2004

Casa no campo

Há três anos fui viver para uma casa no campo, num terreno onde havia robles e carvalhos cerquinhos. Arranjei um burrinho e um cão. O burrinho é hoje o meu melhor amigo. Chama-se Jammes em honra a um poeta francês que fez poemas a um burro e foi para o paraíso. Na primeira semana, Jammes aprendeu o caminho da venda e passou a encarregar-se do pão e dos jornais. O cão é um labrador de pelo dourado e passeia comigo nos montes. Uma vez, que estive em apuros, nos Picos de Europa, ele fez-me massagens cardíacas e lambidelas reanimantes. Devo-lhe a vida e nunca me cobrou nada pela dívida. O burrinho Jammes não gosta de passeios longos e tem aquelas distracções dos herbívoros que quebram o bom ritmo das marchas. Por isso, infelizmente, a nossa felicidade a três é no quintal, debaixo dos robles. Nos primeiros tempos éramos quatro. Mas ela não gostava de animais e tivémos que tomar uma decisão.

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