Podem hoje as democracias...?
Um Vice Presidente do Parlamente Europeu começou ontem a explicar porque é que as democracias (malgré lui) têm tanta dificuldade em conduzir uma guerra. Primeira advertência: o debate não deve ser conduzido no plano moral.Afirmação notável para quem esteve do lado do Bem contra o Eixo do Mal. O terreno no qual, surpreendentemente humilde, ele quer discutir, falar, é o plano mais terrestre da fragilidade das acções humanas, conduzidas por homens não necessariamente certos,nem errados, nem bons nem maus.
A guerra no Iraque está a ser perdida pela conjugação de factores clássicos- dificuldade de combater numa ecologia comunicacional agressiva, com governos e opiniões públicas respondendo a diferentes factores de racionalidade e emotividade, associada à perda de capacidade de, nas democracias, se fazerem políticas impopulares a mais do que a curto prazo, conclui provisóriamente.
Este vice presidente tem-se esforçado em alterar a agressividade ecológica comunicacional. Depois de defender que um dos problemas nacionais era o de os jornalistas não estarem sintonizados com a maioria sociológica ele oficia num modelo de comunicação em que o confronto foi substituído pelo púlpito, com jornalistas reduzidos ao papel de sacristão a quem paternalmente se chama Júlio.
Os factores emocionais a que as opiniões públicas respondem não são nomeados, mas vem-nos inevitavelmente à memória a mentira sobre as armas de destruição massiva, o regime prisional de Guantanamo, a tortura nas prisões iraquianas. Ora a mentira dos governantes, homens nem bons nem maus, a tortura dos prisioneiros, são afinal questões morais, hoje brandidas por gente que não está de boa fé e o faz de forma instrumental. Ele está de boa fé. E não é de forma instrumental que exclui da discussão os que para ela trazem argumentos morais. Se as democracias perdem as guerras é porque na ecologia comunicacional, além dos generais e dos analistas de serviço, subsiste, orgulho nosso, uma tradição de jornalismo independente. Se apesar do domínio asfixiante sobre as televisões e os jornais, os governos não conseguem levar a cabo políticas impopulares de forma prolongada, então ainda bem, talvez ainda consigamos derrotar os islamistas, os ditadores, os terroristas e quem sabe, um dia, no Parlamento da Europa ter gente nem boa nem má, mas que não mente para fazer guerras de agressão, homens não necessariamente certos nem errados com quem se pode falar, entendermo-nos ou não.
A guerra no Iraque está a ser perdida pela conjugação de factores clássicos- dificuldade de combater numa ecologia comunicacional agressiva, com governos e opiniões públicas respondendo a diferentes factores de racionalidade e emotividade, associada à perda de capacidade de, nas democracias, se fazerem políticas impopulares a mais do que a curto prazo, conclui provisóriamente.
Este vice presidente tem-se esforçado em alterar a agressividade ecológica comunicacional. Depois de defender que um dos problemas nacionais era o de os jornalistas não estarem sintonizados com a maioria sociológica ele oficia num modelo de comunicação em que o confronto foi substituído pelo púlpito, com jornalistas reduzidos ao papel de sacristão a quem paternalmente se chama Júlio.
Os factores emocionais a que as opiniões públicas respondem não são nomeados, mas vem-nos inevitavelmente à memória a mentira sobre as armas de destruição massiva, o regime prisional de Guantanamo, a tortura nas prisões iraquianas. Ora a mentira dos governantes, homens nem bons nem maus, a tortura dos prisioneiros, são afinal questões morais, hoje brandidas por gente que não está de boa fé e o faz de forma instrumental. Ele está de boa fé. E não é de forma instrumental que exclui da discussão os que para ela trazem argumentos morais. Se as democracias perdem as guerras é porque na ecologia comunicacional, além dos generais e dos analistas de serviço, subsiste, orgulho nosso, uma tradição de jornalismo independente. Se apesar do domínio asfixiante sobre as televisões e os jornais, os governos não conseguem levar a cabo políticas impopulares de forma prolongada, então ainda bem, talvez ainda consigamos derrotar os islamistas, os ditadores, os terroristas e quem sabe, um dia, no Parlamento da Europa ter gente nem boa nem má, mas que não mente para fazer guerras de agressão, homens não necessariamente certos nem errados com quem se pode falar, entendermo-nos ou não.
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