15 junho 2004

Antologia de O Mal: Sócrates

(...)Com efeito, ó juízes- pois chamando-vos juízes atribuo-vos o nome correcto- sucedeu-me algo extraordinário. De facto a minha voz profética habitual, a do demónio, que durante toda a minha vida passada era muito frequente e até se opunha acerca de pequenas coisas, se eu ia agir de uma forma que não era justa. Agora, porém, sucedeu-me precisamente o que vedes, o que se poderia crer que é o maior dos males, e esta é a opinião geral. Porém o sinal do deus não se me opôs, nem ao sair de casa de manhã, nem quando subi ao tribunal, nem enquanto falava. Na verdade noutras ocasiões interrompeu-me muitas vezes os meus discursos. Agora, porém, no decorrer deste processo não se opôs às minhas palavras nem aos meus actos.

Platão, Apologia de Sócrates, trad. de António Monteiro, editora Replicação

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