Falhanço na comemoração de Joyce
Eu estava a preparar um blooming para esse personagem que se encontra em Quito . Inspirado pela aproximação do dia 16 de Junho, em que Leopold Bloom sai de casa e encontra Stephen Dedalus e no texto de Helena Vasconcelos. Também o homem em Quito encontrou a língua do colonizador espanhol tal como os sobreviventes a falam, quinhentos anos depois. Estava dentro de si. Para isso teve de perder o neo córtex. Não bem perder. Digamos que o que se passou nas ruas de Quito e depois se confirmaria na viagem às montanhas do Equador seria um processo de encriptação nas estruturas mais profundas do rinencéfalo, dos memes que expandiram o cérebro para o neo cortex. No decurso daquela transmutação era suposto que os processo de decisão, de racionalização e a própria linguagem, imersos no mundo dos sentidos e do desejo, tomassem outra expressão. Mas acho que foi uma tentativa falhada. Nas ruas de Quito, com o bilhete da camioneta na mão, o mais que sinto é não ser a manhã o avesso da noite. Só me posso queixar de mim, mas cem anos depois, ninguém me desabotoou as calças.
(Na foto, Nora Barnacle, alguns anos depois do blooming. Já Jim a tratava mal)
(Na foto, Nora Barnacle, alguns anos depois do blooming. Já Jim a tratava mal)
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