03 junho 2004

Não exagerem, precisamos da vossa alegria

De San Francisco, revivalista, trouxeste-me o Concert at Philharmonic Hall do Bob Dylan. Gostei muito e agradeci-te. Mas agora que o ouço olha: o Bob Dylan canta mal e não me comoveu. Afinal cantou sempre mal, não foi depois do acidente. E além disso enganou-se: The times they weren't a-changin'.
Mas também não há razão para tanta tristeza. O teu futuro é promissor, lê-se na tua mão, nos teus olhos, nas tuas fotos e na tua escrita atormentada e inquieta. Estes tempos são os melhores da existência humana. Sócrates foi obrigado a beber cicuta. Cristo foi condenado em vez do ladrão. As mulheres sofreram terrívelmente nas prisões de Hämeenlinna e delas nem o nome ficou. Hoje somos muitos. Aprendemos ler e em alguns casos a escrever. Descobrimos o que não era suposto ser desvendado: o DNA, o código genético, o mapa genético, o gene egoísta, a ilusão da consciência. Embora o nosso destino seja a morte o nosso presente é magnífico.

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