21 junho 2004

Solace

Ela é suíça, fala o alemão que se fala na Suíça e trabalha numa representação de materiais para cateterismo cardíaco. Ele é inglês, de Bath, e é quase médico, se sobreviver ao Erasmus. Conheceram-se por acaso e depois num parque, junto ao rio, onde a cidade agora se reúne quando passa o calor. Ela convidou-o para ver o jogo na casa onde vive com umas amigas. Mas estava sozinha quando ele chegou. Havia cerveja e chocolates de leite. Ele bebeu muito. Ficou eufórico com a vitória das suas cores. Ela estava irritada. Quando ele a agarrou, as imagens que lhe passavam pela cabeça eram as de um Chapuisat pesado e sem tempo de reacção e de um Akin sem linhas de cruzamento. O cheiro da cerveja pareceu-lhe excessivo e libertou-se para ver se alguma garrafa se tinha entornado. Pensou que o rapaz de Bath estava habituado a beber, e nos bairros periféricos que em Bath talvez também houvesse, com homens tatuados, de roupa interior, a fazer barbecue nos quintais, e um desses homens era este rapaz. Ele sentiu que as coisas não estavam a correr bem . Talvez por ela ser suíça e ter perdido o jogo. E esforçou-se, como era capaz, para a consolar. To comfort, to console, como é que se diz isso no alemão que se fala na Suíça?

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