A tragédia biológica das mulheres
A tragédia biológica das mulheres. Era o nome de um velho livro da casa dos meus pais. Quando perguntei, a minha Mãe disse que era a gravidez. Como de costume eu não percebi. Não sabia quase nada das mulheres e esperava por uma estação, que podia ser a Primavera, em que os mistérios se devem simplificar. Mas surpreendia-me ver as raparigas tão lindas e, mais do que elas, as mulheres. Alegres, despreocupadas, como que a viver na inconsciência da sua tragédia biológica. Aos onze anos acontece-lhes ter o período. Nessa idade os miúdos começam a ter uns pêlos ridículos no buço, que aliás não são autorizados a rapar. Aos quinze anos elas quase pararam de crescer e parecem mães daqueles putos desajeitados com borbulhas. Elas têm objectivos e sabem o que fazer para os alcançar. Concentram-se. O domínio da linguagem é melhor. São muito mais competentes nas relações sociais. Nas aulas seduzem os professores, adivinham as matérias importantes, tiram apontamentos, dominam os processos de selecção. Sem esforço, escolhem ficar em casa a estudar noites a fio e eles bebem cervejolas. Entram nos cursos que querem. Por essa altura eles começam a assentar e para alguns é tarde demais. Agora eles vingam-se. Elas deixam-se engravidar e a progesterona e a oxitocina encarregam-se de as pôr meio imbecis. Entre os 25 e os 40, mesmo sem quotas, eles equilibraram a contenda. Quando elas dão conta o tempo passou.
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