Chico Buarque
Moças entravam e saíam de minha vida e meu livro se dispersava por aí, cada capítulo a voar para um lado. Foi quando apareceu aquela que se deitou em minha cama e me ensinou a escrever de trás para diante. Zelosa dos meus escritos só ela os sabia ler, mirando-se no espelho, e de noite apagava o que de dia fora escrito, para que eu jamais cessasse de escrever meu livro nela.
Budapeste, Romance, Companhia das Letras, 2003; D. Quixote, 2004
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