09 julho 2004

Lhasa e os outros no TAGV


Ela é uma menina. Um duende numa clareira da floresta. A sua voz é um espelho velado, Alexandre. Ela erra pelas estradas da memória, Juran. Foi ao Líbano, de onde o outro saíu, expulso pelo desamor de um pai. E a Marselha, porto de chegada. Ela canta em castelhano, uma emoção. E em inglês, as histórias do filósofo: Soon this space will be too small. Gosto mesmo quando canta em francês. Já não estamos habituados a ouvir estas coisas: Je me sens coupable /Parce que j’ai l’habitude/ Je garderais/ Pour me guider/ Plaisir et culpabilité. E quando convocou todos os que se sentiam culpados para cantar o refrão foi consolador ouvir o TAGV em coro. Também não espantava. Estavam lá todos os da manif. do sms no Governo Civil. Mesmo os que tinham faltado no Governo Civil. Até a rapariga loura do acaso da rua lá estava. E ela, a Lhasa: Sur la marée haute/je suis montée/ La tête est pleine/ mais le coeur n’a/ pas assez. Era assim que nos devíamos sentir sempre. É por isso este post(umo).
Sim, Luís, obrigado. A mãe estava lá.

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