Tarantella
Durante séculos a literatura médica e popular alimentou o mito do veneno das aranhas. Reuniões científicas juntaram toxicologistas, médicos, aracnologistas e outros peritos, em agradáveis estancias de lazer, em torno deste tema abjecto. Desde 1982 que a literatura médica regista casos de aracnoidismo necrótico, feridas horríveis, de cicatrização lenta, atribuídas às picadas da Lampona spp e da Lycosa spp, a aranha lobo. O tema foi revisto recentemente e a conclusão absolve as tarântulas. André, diz lá na Secretaria de Estado para estarem calmas e calmos. Está tudo seguro por muitos anos. Já nem a aranha tem veneno. Podemos entregar ao território dos mitos palavras como loxoscelismo, aracnidismo necrótico, e juntá-los ao tarantismo enquanto dançamos uma tarantella com saudades do tempo em que o medo das aranhas, das cobras e o amor, claro, tinham uma utilidade para a espécie.
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