Crime no Sul de França ( Parte 4 )
Depois do jantar aglomerámo-nos à saída, esperando o autopullman que nos levaria a um espectáculo no Anfiteatro romano. Os meus companheiros da excursão portuguesa esperavam que o motorista viesse abrir as portas, já reagrupados num passeio junto ao autocarro. As vozes elevavam-se, joviais, as mulheres soltavam gargalhadas e os homens do Norte falavam muito alto como acontece geralmente depois das refeições. A mulher chamada Rita contava qualquer coisa que os rapazes mais próximos ouviam com devoção. Vi ainda a amiga e atrás dela, o marido. Perguntei-lhe pelo jantar, se se divertira. E ele disse-me que sim, que se divertira imenso e que agora se iam todos divertir ainda mais. E ao dizer isto tirou do cinto uma lâmina longa, cujo cabo não consegui distinguir, e espetou profundamente, com vagar mas decisão, na grelha costal de um dos rapazes da roda da mulher. Embora o gesto e a frase que o antecedera tivessem sido discretos, tinha-se feito um grande silêncio. O homem repetiu o apunhalamento nas costas de outro rapaz. E depois pegou na arma, de novo me pareceu que segurava directamente na lâmina, e atirou-a com perícia na direcção da mulher chamada Rita, que se abateu, no espaço aberto pelos rapazes. Se fosse um filme seria uma cena em câmara lenta, sem som, e com algum sangue, de repente rutilante.
(Continua)
(Continua)
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