22 outubro 2004

Imortal


Jill Bioskop é uma mulher que tem os lábios e as lágrimas azuis. O azul bioskop. Um camaleão morrerá por não ser capaz de imitar esse azul que não há. Também os mamilos de Jill são azuis, mas isso só os deuses saberão. Hórus, o cruel deus egípcio que nos criou sem ser à sua imagem e semelhança, vai morrer se em sete dias não fecundar uma mulher muito rara no universo. Essa mulher é Jill, hospedada num quarto do Hotel da Histeria Ocidental. Isto passa-se em Nova Yorque, trinta anos depois da última rebelião histórica ter sido esmagada e um dos seus cabecilhas, Nikopol, congelado. Um ano antes do previsto, Nikopol cairá sobre as ruínas de uma ponte em Brooklin. Há-de perder uma perna e acordar recitando Les Fleurs du Mal. Nele é que o deus Horus reincarna. Quando Nikopol encontra Jill, viola-a com algum consentimento. Jill nunca saberá se beija Nikopol. Há no Central Park uma zona entre todas proibida. A zona da última intrusão, a zona Zero, aux sables émouvants, onde John criou Jill. Aí é que Horus destruirá a besta sanguinária ao serviço do mayor capitalista, já depois de John não ser senão um sobretudo preto nos braços de Jill. A história pode recomeçar em Paris, no berço do jovem herói (são heróis os filhos que os deuses fazem às mortais).

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial