Manuscrito encontrado em Saragoça, de Jan Potocki
Em 1971 a editorial Estampa publicou o Manuscrito, numa colecção lindíssima de capas pretas a que chamava Livro B, onde também saíram Borges, Marcel Schwob, o Stendhal de Crónicas Italianas e contos góticos de Ann Radcliffe. Alguns volumes encontram-se naqueles saldos subterrâneos que anunciam o Natal.
O autor, Potocki (ler Poe-tos-ki) foi um polaco que nasceu em 1761 em Pikow ou Podolia, hoje na Ucrânia, foi viajante, arqueólogo, historiador, cabalista, estudioso da Rosa Cruz, conselheiro do czar da Rússia, aerobalonista. Morreu em 1815, num castelo da Transilvânia, provavelmente atingido pela sífilis, a depressão e o desencanto político. Rebentou o crânio com uma bala de prata que ele próprio poliu, depois de ter escrito um epitáfio adequado. Falava várias línguas mas escreveu em francês.
Com um amigo turco, Osman, perseguiu, sem sucesso, o manuscrito original das Mil e Uma Noites. Escreveu livros de viagem, de arqueologia, história, política e, para sua glória e nosso deleite, o Manuscrito de Saragoça.
O Manuscrito foi encontrado por um soldado de Napoleão numa casa deserta dos arredores de Saragoça. O narrador ficou famoso. É o chefe dos guardas valões Alphonse von Worden que se perde numa terra de Castela sugestivamente chamada Venta Quemada onde um chefe cigano, Avadoro, lhe conta a história da sua vida interrompida trinta e cinco vezes.
O Manuscrito organiza-se em 66 jornadas. Este é o número cabalístico que designa a palavra samech, que significa círculo. E a narrativa é circular, como um sonho, ora um sonho erótico de mouras de Tunes de lábios doces, ora um pesadelo de enforcados.
A versão da Estampa, muito reduzida, era a de Roger Caillois. Este escritor francês contou que encontrara uma nota manuscrita apensa à edição de S. Petersburgo, provavelmente da autoria de um tal Ant.-Alex Barbier, autor de Dicionário dos Anónimos afirmando que o bibliófilo e fantasista Charles Nodier tinha vendido o original ao Conde de Courchamps, um plagiador. Algum tempo mais tarde um estudioso do Manuscrito afirmou que Nodier era de facto o seu autor.
A versão que a Cavalo de Ferro agora publica foi conseguida após uma investigação na Polónia, nos anos noventa, a partir de várias fontes e da edição de um amigo de família.
Em 1963 o realizador polaco Wojciech Hás filmou o Manuscrito. E o filme prossegue a história de mistérios e sombras do livro. Objecto de culto, existe actualment uma cópia em DVD que contou com o empenhamento directo de Scorsese e do pai da Sofia Coppola.
Manuscrito encontrado em Saragoça, dois volumes, na tradução de José Espadeiro Martins,pela Cavalo de Ferro.
O autor, Potocki (ler Poe-tos-ki) foi um polaco que nasceu em 1761 em Pikow ou Podolia, hoje na Ucrânia, foi viajante, arqueólogo, historiador, cabalista, estudioso da Rosa Cruz, conselheiro do czar da Rússia, aerobalonista. Morreu em 1815, num castelo da Transilvânia, provavelmente atingido pela sífilis, a depressão e o desencanto político. Rebentou o crânio com uma bala de prata que ele próprio poliu, depois de ter escrito um epitáfio adequado. Falava várias línguas mas escreveu em francês.
Com um amigo turco, Osman, perseguiu, sem sucesso, o manuscrito original das Mil e Uma Noites. Escreveu livros de viagem, de arqueologia, história, política e, para sua glória e nosso deleite, o Manuscrito de Saragoça.
O Manuscrito foi encontrado por um soldado de Napoleão numa casa deserta dos arredores de Saragoça. O narrador ficou famoso. É o chefe dos guardas valões Alphonse von Worden que se perde numa terra de Castela sugestivamente chamada Venta Quemada onde um chefe cigano, Avadoro, lhe conta a história da sua vida interrompida trinta e cinco vezes.
O Manuscrito organiza-se em 66 jornadas. Este é o número cabalístico que designa a palavra samech, que significa círculo. E a narrativa é circular, como um sonho, ora um sonho erótico de mouras de Tunes de lábios doces, ora um pesadelo de enforcados.
A versão da Estampa, muito reduzida, era a de Roger Caillois. Este escritor francês contou que encontrara uma nota manuscrita apensa à edição de S. Petersburgo, provavelmente da autoria de um tal Ant.-Alex Barbier, autor de Dicionário dos Anónimos afirmando que o bibliófilo e fantasista Charles Nodier tinha vendido o original ao Conde de Courchamps, um plagiador. Algum tempo mais tarde um estudioso do Manuscrito afirmou que Nodier era de facto o seu autor.
A versão que a Cavalo de Ferro agora publica foi conseguida após uma investigação na Polónia, nos anos noventa, a partir de várias fontes e da edição de um amigo de família.
Em 1963 o realizador polaco Wojciech Hás filmou o Manuscrito. E o filme prossegue a história de mistérios e sombras do livro. Objecto de culto, existe actualment uma cópia em DVD que contou com o empenhamento directo de Scorsese e do pai da Sofia Coppola.
Manuscrito encontrado em Saragoça, dois volumes, na tradução de José Espadeiro Martins,pela Cavalo de Ferro.
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