Um bilhete
A miúda tinha doze anos na primeira fuga. Foi apanhada numa cidade a trinta quilómetros da residência, a olhar para as montras do shopping. Tinha um ramo de flores no braço, um lenço com sangue e era bonita. Isso e o olhar, sim sobretudo o olhar, chamaram a atenção dos lojistas e da polícia. A miúda contou que se tinha encontrado com um homem que conhecera no teletexto. Ele levou-a para um bosque onde ela adormeceu. Acordou com um ramo de flores, um lenço com sangue e um bilhete que dizia: Para a próxima é pior. O sangue no lenço era do nariz, o bilhete nunca foi encontrado. As flores eram verdadeiras.
Da segunda vez a miúda esteve desaparecida doze dias. Ao décimo terceiro dia a mãe ouviu gemidos que vinham do lenheiro. Era ela. Nua, amarrada e amordaçada com a própria roupa. Aos pés dela estava o saco de viagem. Dizem que tinha roupa nova, de marcas e um bilhete que dizia: Para a próxima é pior.
Da segunda vez a miúda esteve desaparecida doze dias. Ao décimo terceiro dia a mãe ouviu gemidos que vinham do lenheiro. Era ela. Nua, amarrada e amordaçada com a própria roupa. Aos pés dela estava o saco de viagem. Dizem que tinha roupa nova, de marcas e um bilhete que dizia: Para a próxima é pior.
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