04 novembro 2004

Leituras em dia

Manda a justiça que louve mon cousin Germain. Ao saber que uma rapariga foi perseguida com base em documentos do seu processo clínico, fornecidas pela directora de um Serviço hospitalar, mon cousin Germain, diz o jornal, revelou que ia abrir um processo à denunciante. Fornecer à polícia elementos confidenciais de um processo clínico, obtidos através de consulta ou exame médico, além do mais em prejuízo do doente, é punido pelo Código deontológico, que tem força de lei. Outra questão é: não será crime induzir alguém na violação de um dever deontológico? A médica denunciante e o polícia que investiga este crime estão bem um para o outro.
Surpreendentemente, leio, escrito por punho de quem me habituei a concordar, que enquanto a lei existe é para se cumprir, em nome da democracia e do dever das minorias se conformarem com as leis injustas enquanto duram. Talvez seja assim. Mas os magistrados que mandaram investigar e os polícias que investigaram e “obtiveram a confissão” da rapariga, o enfermeiro e a médica que a denunciaram, pertencem a um mundo onde não quero viver. Reconforta-me saber que na administração da justiça estava uma juíza sábia e agora que escrevo isto parece-me ouvir a tua gargalhada, José Manuel Pinto dos Santos. Enquanto ela soar a rapariga anónima não será mal tratada no tribunal.

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