24 dezembro 2004

Para um@ que vai nascer (epidural e Apgar 10)

Eras o musgo. A palha. O bafo dos animais. Eras o alvoroço das tias. A alegria dos avós. O desamparo do pai. Eras a pele e o mamilo, a voz e as mãos e o cabelo e a saliva da mãe. Eras a filha da puta da pomba, o bicho encornador, mas as caganitas eram pepitas, única luz do chão em que caíam. Eras, desgraçadamente, o romano que iria receber o teu registo de nascimento. Eras o céu imperscrutável. Eras os povos crentes que de longe mandavam os seus reis e os povos infiéis que te resistem.

Se houvesse natal e o natal fosse um presépio e eu te pudesse amar como queria.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial