30 janeiro 2005

A verdade em Closer



A verdade em Closer não tem interesse nenhum. Se ela se veio duas vezes? Se foi no sofá? Se foi na Páscoa ou no dia de anos? O dermatologista é um predador de Aquário. Nos aquários os peixes perderam as defesas. É o terreno ideal para os predadores. Uma mulher que não reconhece um predador num aquário não tem desculpa. O escritor deixa Rita por uma americana acabada de chegar e julga que um beijo da fotógrafa confere algum direito. A partir daqui merece tudo.
Os homens de Closer vivem na obsessão da posse. Querem saber. Perguntam. E como perguntam elas respondem. Elas respondem o que eles não querem saber. Porque elas sabem o que eles não querem saber. Pode ser que haja outros vinhos que embriaguem. Mas eles nunca o beberam. E o dermatologista tem escrito nos olhos a alegria da posse, da dominação e da vingança. Os olhos são a pele dos dermatologistas.
Jane é a única que escapa àquele redil de primatas. Mas ela não é dali. Não leu o livro do jornalista de obituários, na exposição apenas se detém na sua fotografia. Jane é a única produtora numa roda de reprodutores. Ela mostra o que os outros vêem, querem ver ou fotografar. Ela dormiu ou não dormiu com o dermatologista. Mas sabe que isso nada tem a ver com o amor pelo jornalista de obituários.
Os homens aproximam-se das mulheres pelo lado errado. Lamentavelmente o lado certo está quase sempre atrás do lado errado.
Salva-se a canção do Damian Rice que não quer dizer nada, é só bonita e toca noutras regiões.

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