10 maio 2005

Lúcia e o sexo (7)


No dia em que foram a Viseu e ele a levou à porta de casa (Que carro é que ele tinha? Acho que tinhas um Citroen Xara. Mas não era o Picasso era o Xara só.) Lúcia saiu do carro e abriu a porta das escadas. Ele seguiu-a (Como era a escada? Uma casa em Nelas é um prédio foleiro, com três andares, direito e esquerdo e escadas de mármore. De mármore branco. Não, a escada era de madeira lembro-me perfeitamente. E as paredes de granito. Porque é que hás-de dizer isso? A casa onde Lúcia morava era uma velha casa de granito com dois andares. Lúcia morava no rés-do-chão.) As escadas cheiravam a diospiros e mosto. (Sabes como é esse cheiro? Sempre me pareceu bom , mas não sabia que era a diospiros e a mosto. Era o cheiro do sótão, das arcas e das adegas, uma mistura.) Ela pareceu surpreendida por ele a seguir, tão decidido. Ele fechou a porta das escadas, Não havia luz (Havia a luz da rua coada pelo vidro fosco. Não, martelado). Tocou-lhe no pescoço, até à nuca. Tirou-lhe o casaco de malha. (Não tirou. Pôs-lhe os ombros a descoberto. Um ombro.) Beijou-a (Onde? Primeiro no ombro, depois no pescoço, depois na cara, depois nos lábios). Ela passou-lhe uma perna nas pernas dele. (Encostou o púbis ao dele? Como se era mais baixa? Quem te disse que sou mais baixa?) Sentiu o tesão dele. Ele teve vergonha e recuou. Ela pôs uma mão no bolso das calças dele e puxou-o. (Achas que sentiu o tesão dele? Claro que sentiu. Gostou? Ela gosta de sentir a tesão dele, claro que gosta e não tem dúvidas até aí. É por causa dela que o sexo dele está duro e ela adora essa espécie de domínio.) Era depressa demais. Uns minutos antes estava indeciso no carro, agora ali, pronto como um touro cobridor . ( Era depressa demais para Lúcia. Se era depressa demais porque é que me puxas? Porque tu fugias.)

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