15 maio 2005

Os revisionistas


Há três anos que a Bertrand editou em português o livro de Antonhy Beevor, Berlim a queda. Pouca gente falou dessa obra grandiosa que mostrava como Estaline sacrificou 70 000 soldados soviéticos à estratégia de chegar a Berlim antes dos americanos. As almas puras que hoje ainda distinguem o Estaline despótico Pai dos Povos , do estratega da segunda guerra mundial a quem devemos o esmagamento da besta nazi, são ortodoxos históricos a um nível semelhante ao dos revisionistas que negam o holocausto.


Dos jornais da semana passada: As bandeiras estiveram três dias a meia haste pela morte de Hitler no nosso Portugalzinho de 1945. A cabra da velha torre da Universidade tocou fúnebre. O Século fez um responso comovedor.


Elie Wiesel disse que não podia perdoar aos aliados o facto de não terem bombardeado as linhas de caminho de ferro que levavam aos campos de concentração.


Raul Hilberg (A destruição dos judeus europeus) diz que dezenas de milhar de assassinos tomaram parte directamente no extermínio. O trabalho sujo final era executado por ucranianos e lituanos (ver Babelia.el pais.es). A resistência europeia aos nazis, hoje comemorada como uma epopeia grandiosa pelos vencedores de 1945, diz Hilberg, foi travada por uma minoria. Alguns parisienses desceram à rua, em número suficiente para receber em alas apoteóticas as tropas alemãs que entravam na Cidade-Luz.

(texto revisto às 00h de 17.05.05)

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