10 junho 2005

O Amor (variações sobre um tema)


O amor romântico foi uma invenção das mulheres para limitar os estragos da filandria masculina. Já tentei explicar isto de diversas maneiras, com posts esforçados. O amor romântico, um meme inútil, só sobrevive a si mesmo como um fósforo frio. O amor romântico já não é preciso. A partir do momento em que as mulheres controlaram a ovulação, o seu comportamento passou a assemelhar-se muito ao dos homens. A maior parte dos encontros sexuais é hoje não reprodutivo. Esperma derramado em vão em dobras de látex, não chegando às mucosas de mulheres duplamente protegidas. Um drama para o gene egoísta e para o director da ICAR, que no fundo se estão nas tintas para a coisa, já mais ocupados em serem que em permanecerem. O cérebro dos encontros continua à solta. Mas a sua deriva é sem sentido. O cérebro prodigioso das mulheres humanas solta-se do determinismo genético e constrói um comportamento novo, delicioso deve dizer-se, porque mistura tudo o que de interessante a cultura e a necessidade produziram nos últimos milénios. La femme est l’avenir de l’hommme, A mulher é o futuro do homem, cantou um desses alucinados do século XX. Estava a poucos anos de as ver: as mulheres humanas, essa prémio merecido, manhã e noite dos nossos dias, angústia e libertação, peso e leveza, riso e lágrimas, mas sempre lágrimas de lavar e de partir.

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