22 julho 2005

Como Zenão. Como Aristóteles

Um amigo disse-me que o Afonso se colocava numa posição dinâmica, como Aristóteles, enquanto eu olhava o tempo como Zenão. Mas eu não olho.


Há dias horríveis em que vejo inscrita
no pino do Verão a corrupção do Outono.
Em que das três caras que
dizem
as mulheres trazem consigo
só vejo a que as resume.
E a sopa queimada na panela.
A mola desenrolada do relógio.
Um sono irreprimível.
O caderno onde vais escrever
detrás para a frente estas palavras.

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