10 julho 2005

Telhados de Vidro, nº 4

Saíu o nº 4 de Telhados de Vidro, a publicação não-periódica dirigida por Inês Dias e Manuel de Freitas e editada pela Averno
(preço de editor 13 euros).


Dois textos (que parecem inéditos) de Herberto Hélder, um poema manifesto de J.M. Magalhães, poemas de Rui Nunes, Thom Gunn traduzido por Rui Pires Cabral entre dezoito contribuições.
Silvina Rodrigues Lopes assina um pequeno ensaio sobre o fazer-poético, demolidor relativamente às “especializações em estudos literários”, e aos que, da crítica literária à moldagem da opinião pública, contribuem para “ ajustar o mundo às dimensões de parque turístico ou feira de diversões.”.
O texto afirma a poesia como terreno comum “à filosofia, ao pensamento, à atenção que se (nos) desloca para o outro”.
A citação de Dostoievsky sobre o turismo é saborosíssima. As de Ruy Belo e Rui Pires Cabral confirmam o que já se sabia: há uma linhagem na poesia (portuguesa) que passa agora por esses dois poetas. Aqui no Mal agarramo-nos às palavras deles quando tudo o resto parece faltar. São elas que, quando a poeira das bombas já não cega e o template regressa, nos seguram os olhos para voltar a ver.

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