Livros: In Vino Veritas, de Kierkegaard
O sistema Kierkegaard e as mulheres. Seis homens, num jantar irrepetível, discorrem sobre as mulheres e o amor. O filósofo dinamarquês (1813-1855), numa época em que o conhecimento das mulheres era restrito, demonstra uma grande capacidade de análise. Um Jovem que fala do amor como o cego sobre as cores (mas se o amor infeliz é assim a morte certa que feliz sou eu que nunca amei), um Costureiro que diz que a mulher pertence a um fantasma que nasce do conúbio desnaturado da reflexão feminina com a reflexão feminina, um Eremita: a coisa mais elevada que uma mulher pode fazer por um homem é surgir perante o olhar dele nesse instante certo; de seguida vem então a coisa maior que ela pode fazer por um homem, e essa é tornar-se-lhe infiel, quanto mais cedo melhor. Um Sedutor, que diz dos outros: os quatro de volta de uma rapariga não produziriam mais do que vento, e discorre sobre a burla e o casamento. Há enfim o narrador, William Ahfam, um heterónimo de Kierkegaard, cuja fala é quase ocultada.
Umas senhoras à mesa e teria sido outra a filosofia dinamarquesa do século XIX.
O livro tem tradução (do dinamarquês), notas e posfácio de José Miranda Justo e é uma edição cuidada da Antígona.
Este excelente blog fez uma recensão do livro que a Antígona lançou em Abril deste ano. Ver também no DN a crónica de Ana Marques Gastão.
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