17 agosto 2005

Terra do Fogo

O que faria se estivesse em férias e a empresa de que sou presidente do conselho de administração ardesse? A faculdade a cujo Conselho científico presido? O Hospital, a Biblioteca, o Museu de que sou director? Se ardesse o meu pinhal, os meus campos de cultivo? Quando chegasse já tudo teria ardido (mas a Pampilhosa da Serra arde há cinco dias, tempo suficiente para regressar da Nova Zelândia ou das Fidji). O vice-presidente disse-me que não era preciso voltar. Não tenho nenhuma preparação especial para enfrentar os fogos. Mas seria capaz de continuar as férias? A minha presença seria simbólica. Mas simbolizaria o quê? Que estaria com os que trabalham comigo a olhar as cinzas, avaliar os prejuízos, confortar os feridos, chorar as perdas irreparáveis, ver se os apoios necessários chegam com a celeridade prometida.
JMF, geralmente lúcido na Terra do Nunca, escreve hoje no Diário de Notícias um editorial de que se arrependerá, se usar para o poder socialista o mesmo rigor analítico que utilizou com os governos anteriores. E não precisa de esperar um ano.

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