04 outubro 2005

Un pensiero nemico de pace


Ia escrever. Escrever na noite, noite. Tinha acabado de ler um caderno de capas pretas que um homem de trinta anos escreveu no ano de 1928, no Lubango. É quase tudo o que guardo dele. Uma letra miúda, frases curtas, anotando encomendas que chegavam, ecos de revoltas fracassadas, artigos enviados para jornais libertários de Barcelona, New Bedford, América Latina. E frases copiadas das Mémoires d'Outre Tombe de Chateaubriand. E quando ia escrever, un pensiero nemico de pace parou-me a escrita. Não se pode escrever contra o rígido império do tempo. Não se pode escrever enquanto dura um pensamento assim.

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