24 janeiro 2006

Atropelos

Além do mais, não foi só Sócrates que atropelou Alegre; Jerónimo fez o mesmo com Marques Mendes e Cavaco, ao sair de casa, fez o mesmo com Jerónimo

A vitória de Cavaco fez-se de muitas coisas. Uma delas foi a campanha do sôr Zé Manel Furnandes no jornal o Público. Difícilmente se vai esquecer a manchete de sexta-feira. Ontem, a interrupção de Sócrates a Alegre foi desvalorizada. JPH, com o qual estou de acordo em quase tudo excepto em questões de tráfego, fez a mesma leitura. Teria sido uma noite de atropelos. Um comentador do Público que parece um valete de Sócrates, e ontem foi convidado do painel pré-senil que comentou as eleições nos Prós e Contras, alinhou pelo mesmo diapasão. Ora acontece que na noite eleitoral televisiva os candidatos têm prioridade sobre os outros intervenientes. E a declaração política final dos candidatos deve ter a máxima prioridade. Marques Mendes não era candidato. As bandeiras já se estavam a desenrolar, mas há que manter algum decoro. A saída de casa de Cavaco não podia interromper uma declaração política. Se houve atropelo precisou da colaboração das régies. Alegre era um vencedor. Só podia ser interrompido por Cavaco. Se alguém não podia atropelar a declaração final de Alegre, esse alguém era Sócrates.

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