Um taxista em lágrimas
Outro episódio que ilustra uma característica da alma dos portugueses, seja lá isso o que for, é contado por Vila-Matas em Desde la ciudad nerviosa. O escritor de Barcelona chega ao Porto pela primeira vez e fica alojado num hotel junto ao Palácio da Bolsa. Escreve que afinal existe “uma cidade mais antiga e senhorial que Lisboa”, "vinte anos mais atrasada que Lisboa","deliciosamente atrasada". Encontra "a livraria mais bela do mundo, catedral da literatura, a Lello". E um taxista diz-lhe, que vinte anos antes, se tinha apaixonado por uma turista sueca que nunca mais voltara a ver: “- Talvez tenha morrido, mas não há dia que não pense nela. Concentro-me sempre todas as manhãs para poder chorar.”
Não devemos acreditar em Vila-Matas. Nem nos taxistas. Mas eu já vi, na cidade do Porto, mais de um taxista em lágrimas.
(Enrique Vila-Matas, Desde la ciudad nervios, Pensando en Oporto, 2003)
Não devemos acreditar em Vila-Matas. Nem nos taxistas. Mas eu já vi, na cidade do Porto, mais de um taxista em lágrimas.
(Enrique Vila-Matas, Desde la ciudad nervios, Pensando en Oporto, 2003)
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