15 fevereiro 2006

Toma lá, da treta

O são Valentim é um pai natal dos adolescentes rascas e dos adultos retardados. É o mínimo que te posso dizer. À noite fui pelas ruas e vi. Os restaurantes estavam cheios de mulheres com ar de feliz contemplada. Os homens? Não lhes olhei para a cara. Parei num sítio onde o passeio estava, digamos, juncado de pétalas de rosas musquínicas. E aí, com o nariz entupido, fixei melhor os olhos de uma. Embora parecesse interessada na orelha do senhor com quem partilhava a mesa, ia jurar que lhe baloiçavam nos olhos os namorados do passado. E então olhei, uma a uma, as mulheres da sala do restaurante assinalado por um passeio, digamos, juncado de pétalas musquínicas. Os olhos rolavam. Um deles à música dos amantes pretéritos, o outro, do amante futuro. Não vi a cara dos cavalheiros, já disse. Não sei ver cara de homens. Não tenho uma teoria da mente dos homens que se sentam nos restaurantes ao são Valentim. Não ultrapasso nunca, com eles, uma intencionalidade básica. Sei que existo, eles também, eu não estou sentado naquelas mesas, e é tudo.

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