A mensageira
Quase não se via mas ela é que trazia as notícias. Quem era, onde vivia, o que fazia fora da repartição, ninguém soube. E quase ninguém deu conta quando começou a desaparecer. Os mais atentos atribuíram a mudança a um exagero na sua discrição. A sua única materialidade eram as cartas, os ofícios, as revistas, as encomendas. E o barulho dos saltos. Foi durante anos a mensageira silenciosa e nas suas mãos cruzaram-se tantas vidas, esperanças, desenganos. Nos corredores que ela percorria, afixaram hoje a notícia que começa com o seu nome, Cassilda.
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