A noite (cont...) ou Gib Ganb
A Noite
nunca existiu.
Digo isto de noite.
E embora não veja nada
esforço-me por pensar que esta
é a luz da noite solar
nos planetas dos círculos distantes.
Há quem tenha a crença
ligeiríssima
de viver na mão de deus.
Eu vivo na noite das galáxias
onde o universo
se estrangula
como a garganta da ampulheta
Outras vezes
vivo nos bordos.
No sertão do universo.
Vou à velocidade da rotação
da Terra embalado na oscilação
do sistema solar sentindo
o tremor discreto da galáxia.
Um pouco apreensivo com
a contracção do universo.
Este movimento não invalida
a sensação de estar parado.
Dir-se-ia que estou parado.
As minhas crenças são todas
ligeiríssimas.
Quase não existem.
Como a noite.
(foto: Hotel Univers, Nantes; Título modificado após coment. do PC)
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